23 de jan. de 2007

As Formas Rudimentares da Paixão – 2

A boca. Não é necessário maiores explicações. Macia, vermelha, úmida. Feita para o contato muito íntimo das papilas. Saliva, respiração, lábios. Quando eu menina fui levada para dentro daquele cinema, nem atentei para o filme. Maravilhoso cinema. Nunca mais o cinema seria uma experiência tão extasiante. Ao sentir que se aproximava a experiência do beijo lembro que fiquei preocupada com os detalhes técnicos da coisa. Mas que bobagem! Minha boca já sabia o que fazer sozinha e eu naõ sabia... E como são doces as lorotas que se diz com a boca ao ouvido.

Mas a boca algum tempo depois mostra que também se dá ao fel: ao insulto, à mentira, a coisas que melhor seriam se nunca tivessem sido ditas. Claro que hoje em dia já se pode mandar o recado por torpedos no celular.

2 Comentários:

Blogger Tarcisio Torres disse...

SHOW DE BOLA VER ESSE BLOG NOVO POR AQUI!! Vejo que sou um dos primeiros leitores a ter esse prazer.

Sobre a boca, nos serve ainda para comer, o que talvez fique entre as duas coisas... o sexo (animal) e a palavra (cultural). Talvez por isso a existência de restaurantes tão pomposos pra esconder o ato simples e natural que é comer.

Bjão

24/1/07  
Blogger flavia disse...

Sim! Genial... a idéia do restaurante entre a cultura e a natureza... Mas a cultura há de trasvestir a natureza...

A boca, com sua coleção de dentes, além de servir para morder, arrancar, trucidar, também serve para sorrir docemente... como confiar numa parte tão volúvel de nós?

Creio que confio mais nos olhos...

25/1/07  

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